Criminosos usam brinquedos para disfarçar distribuição de drogas pelos Correios no ES

"Eventualmente os Correios identificam materiais ilícitos, como drogas e armas, em meio às encomendas."
Fonte: link no final do artigo

Cerca de 34 mil encomendas são encaminhadas, todos os dias, para o centro de tratamento de cartas e encomendas dos Correios no Espírito Santo, localizado no bairro Vila Betânia, em Viana. A equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV teve acesso ao interior do galpão, que funciona 24 horas por dia. Tudo que chega ou sai do estado pelos Correios passa pelo local, onde é feita a triagem dos materiais antes do envio.

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A maioria das correspondências são encaminhadas a seus destinos sem nenhum problema. No entanto, eventualmente os Correios identificam materiais ilícitos, como drogas e armas, em meio às encomendas.

Um dos casos aconteceu em março deste ano, quando a Polícia Civil descobriu um esquema de distribuição de drogas, utilizando os Correios como forma de envio. Na ocasião, foram apreendidos mais de 4,8 mil comprimidos de ecstasy, 1,7 mil micropontos de LSD e cerca de 80 gramas de cristal, entre outras drogas. Renan Alvarenga, de 30 anos, foi preso em flagrante.

Para que esses materiais sejam localizados em meio a tantas correspondências, alguns dos 150 funcionários que atuam no centro de tratamento passam por um treinamento intensivo. Esses profissionais são chamados de Oesp – Operadores de Equipamentos de Segurança Postal.

“Eles passam por treinamento intensivo, 20 dias de treinamento, onde eles aprendem a utilizar e a identificar, através desses equipamentos, o que é proibido e de que forma eles vão verificar”, explicou o coordenador de segurança dos Correios, Luiz Gustavo Belizário.

Uma vez identificados, os pacotes suspeitos passam por raio-x, que aponta se a correspondência contém ou não algum objeto ilícito. Para tentar enganar a fiscalização, os criminosos normalmente escondem a droga em outros objetos, como brinquedos infantis. Mesmo assim, o crime é descoberto e a polícia acionada para investigar o caso.

Correios não é um órgão fiscalizador e não pode abrir nenhum tipo de correspondência ou encomenda. Nesses casos, como a gente já tem um determinado grau de certeza do conteúdo, nós chamamos os órgãos fiscalizadores responsáveis, para que eles façam a apreensão e fiscalização desse produto”, frisou Belizário.

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O trabalho é realizado em parceria. Por um lado, os Correios identificam os pacotes suspeitos e comunicam à policia. Por outro, a polícia inicia investigações e conta com o apoio dos Correios para rastrear remetentes e destinatários suspeitos. Nem Correios e nem a polícia divulgam quantas encomendas ilícitas já foram interceptadas no Espírito Santo.

“A gente está com muitas informações e tentando fazer esse quebra-cabeça do tráfico de drogas sintéticas aqui no Estado. Então está sendo feita uma parceria com os Correios e com a Polícia Federal para a gente entender e rastrear todo esse tipo de entorpecente aqui no Estado”, afirmou o delegado Alberto Roque Peres, do Departamento Especializado de Narcóticos (Denarc), durante uma operação realizada em fevereiro deste ano.

A Polícia Federal também tem investigações em andamento, mas não divulgou detalhes. Informou apenas que todas as vezes em que uma substância suspeita é encontrada em algum objeto postal ocorre a instauração de um inquérito policial.

Ainda segundo a PF, a quantidade de droga apreendida em cada objeto postal é pequena, não havendo, até o momento, indícios de alguma organização criminosa orquestrando o método de envio da droga.

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Fonte: Folha Vitória