Correios perdem 27% de funcionários

"As cartas e telegramas foram o principal serviço por muitos anos mas ultimamente deram lugar ao segmento das encomendas, principalmente do e-commerce. "
Fonte: link no final do artigo

Os Correios perderam 384 funcionários no Rio Grande do Norte nos últimos cinco anos devido aos programas de demissão voluntária lançados no período. Atualmente, são 1.241 empregados localmente com uma média de idade próxima aos 45 anos. A perda foi de 27% do funcionalismo, mas dentro de um  plano nacional de reestruturação, que incluiu fechamento de bancos postais e agências. Segundo a estatal, o plano surtiu efeito: depois de quatro anos de prejuízo (2013-2016), os dois últimos anos foram de lucro.

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Desde que a reestruturação teve início, três planos de demissão voluntária (PDV) ocorreram no Rio Grande do Norte. A maioria dos 384 trabalhadores que pediram desligamento estavam próximo à aposentadoria. Em todo Brasil, mais de 8 mil empregados optaram por sair da empresa. No último dia 16, mais um PDV foi anunciado pela empresa, com a previsão de desligar 7.300 funcionários, dentro de um plano que inclui outras estatais e busca uma economia de R$ 2,3 bilhões por ano.

A reestruturação da empresa também é pensada para ajustar o modelo de negócio “para atender as transformações do mercado”, segundo informou a estatal. Por muito tempo, as correspondências (cartas e telegramas) foram o principal serviço, mas entrou em declínio e deu lugar ao segmento das encomendas. “Hoje, 58% da receita da empresa vem desse segmento, sendo que o comércio eletrônico tem sido o grande impulsionador para a evolução dos serviços”, afirma a estatal em nota.

Nacionalmente, os Correios entregam 22 milhões de objetos postais por dia, entre cartas e encomendas. O volume total das encomendas cresceu 5% em 2018, em relação ao ano de 2017. Os números relativos ao Rio Grande do Norte, entretanto, não foram informados.

Na avaliação Edilson Silva, presidente do Sindicado dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios do RN (Sintect/RN), a reestruturação da empresa pode ser um pretexto para “desmontá-la” para depois privatizar. “Com os PDVs, muitos trabalhadores saíram e não existe um concurso para repor (o último foi em 2011). Vão terceirizando as funções e isso já significa uma privatização aos poucos”, afirma. O sindicalista chama atenção para o fato do risco da terceirização subir para compensar a queda de servidores fixos, e a consequência disso para os direitos trabalhistas. “Trabalhador terceirizado não tem o mesmo direito do concursado. Ou seja, eles querem isso para fugir do pagamento de direitos, como o plano de saúde, auxílio-alimentação”, opina.

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O presidente do Correios, general Juarez Cunha, já informou que é contra a privatização. Ele defende a abertura de capital, na tentativa de captar recursos para financiar projetos de investimento. Em um podcast direcionado aos funcionários da estatal, Cunha teria dito que os estudos sobre a privatização serão conduzidos pelo governo federal e que haverá oportunidade de defender o seu ponto de vida. O presidente Jair Bolsonaro teria dado aval para a privatização dos Correios em abril.

Investimento visa setor de encomendas

Com a intenção de permanecer estatal, mas com o capital aberto, os Correios têm o plano de investir US$ 133 milhões até 2020 na atualização de equipamentos e na implantação de novas máquinas automáticas de triagem, segundo informou a assessoria de comunicação. “Com isso, será ampliada a capacidade de processamento de encomendas”, complementou.

Para esse ano, os investimentos do Correios no Rio Grande do Norte significa a troca de 57 veículos que atingiram o tempo de vida útil. A frota completa é composta por 260 veículos, entre motocicletas, carros e caminhões.

O sindicalista Edilson Silva defendeu a troca desses veículos “porque os Correios estão dando lucro” e disse que também é necessário que a empresa pense na função social. “Os Correios são uma estatal e, para além do lucro do seu capital, precisa trabalhar para a função social de atender e ofertar os serviços nas menores cidades. Existem agências que também precisam ser reconstruídas”, disse.

Bancos postais

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No estado, existem 196 agências da estatal espalhadas em todos os municípios. Nenhuma foi fechada no período de reestruturação da empresa, mas, segundo Edilson Silva, presidente do Sintect/RN, mais de 80 bancos postais foram fechados – os bancos postais atuam como correspondentes na prestação de serviços bancários básicos. “Muitas cidades tinham somente os bancos postais para esse tipo de serviço, que serve muito para um aposentado, que não precisa se deslocar para outra cidade”, explica.

O fechamento desse serviço reduziu os custos dos Correios com contratos terceirizados de vigilância, que faziam a segurança dos locais. As agências que tiveram os bancos postais fechados continuam funcionando para outros serviços, como correspondência. “Mas o principal serviço em cidades menores era essa retirada de dinheiro porque lá não tem agências bancárias, muitas vezes”, afirma o presidente do sindicato.

A TRIBUNA DO NORTE questionou a assessoria de comunicação dos Correios sobre a quantidade exata de bancos postais fechados. A resposta não foi enviada até o fechamento desta reportagem.

Números

384 funcionários deixaram os Correios nos últimos cinco anos.
27% é o que representa esse encolhimento no pessoal da empresa.
1.241 empregados concursados continuam nos quadros mas a média de idade de 45 anos.
196 agências estão espalhadas pelo Rio Grande do Norte.
58% da receita da empresa vem do segmento de encomendas, sendo que o comércio eletrônico tem sido o grande impulsionador.
80 bancos postais, aproximadamente, foram fechados – os bancos postais atuam como correspondentes na prestação de serviços bancários básicos.

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Fonte: Tribuna do norte

 

 

 

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